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Apucaranenses sofrem no RS devido as chuvas e tem dificuldades de voltar pra casa
Publicado em 06/05/2024 10:49
Notícia

Quase 850 mil pessoas foram impactadas até o momento pelas chuvas fortes que atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada, conforme boletim divulgado pela Defesa Civil neste domingo (5). Moradores de Apucarana, norte do Paraná, também estão no estado e vivenciam o que está sendo considerado o pior desastre climático da história gaúcha.

Um deles é o jovem Vinicius Fernandes Diadosk, de 22 anos. Ele viajou sozinho para Porto Alegre na última terça-feira (30/4) a trabalho. O analista comercial contou ao TNOnline que a região onde está hospedado, no bairro Santana, ainda não foi afetada pelas enchentes, mas que o cenário na capital do RS é “muito pesado” e que o “emocional de todos está péssimo”.

“Dia inteiro os helicópteros sobrevoando e ambulância passando”, relatou Diadosk. O apucaranense, que mora no bairro da Igrejinha, também informou que não foi afetado pela falta de energia e água, mas que todos os moradores do bairro foram orientados ao racionamento, pois há previsão de que a água irá acabar.

O maior problema, no entanto, é o retorno para Apucarana. Vinícius pretendia retornar para o Paraná nesta segunda-feira (6), mas o voo que ele pegaria de volta foi cancelado e reagendado apenas para quinta-feira (9). O que seria uma boa notícia, não é uma certeza. “Deve cancelar novamente, pois a previsão é que o nível do rio não abaixe tanto nos próximos dias”, explicou o jovem. O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, ficou alagado no último sábado (4) e as operações de pouso e decolagem foram suspensas por tempo indeterminado.

“O ruim é estar longe da família numa situação assim, mas o que tranquiliza um pouco é o fato de eu estar em um lugar que não alagou e ter pessoas que dão suporte”, desabafou o analista comercial.

Além de Vinícius, o advogado apucaranense Raggi Feguri Filho, de 52 anos, também está no Rio Grande do Sul acompanhado da esposa e enfrenta problemas para retornar para Apucarana. O casal foi para Gramado, mas não possui previsão de data para voltar para casa por conta das chuvas fortes. Ao contrário de Diadosk, o voo de retorno deles não foi reagendado e uma viagem de carro acabou sendo a solução. “Não há previsão de voos, vamos voltar de carro. Vamos voltar pela BR-101, que o trajeto está normal. Iremos só até Florianópolis (SC) e ficaremos uns dias lá e então voltamos para Apucarana de avião”, contou Feguri em entrevista.

O advogado relatou ainda que ele e a esposa tiveram apenas "incômodos mínimos” durante a estadia em Gramado. “Única dificuldade foi o cancelamento do voo de volta. Sei que o entorno de Gramado sofreu um pouco com falta de energia e bloqueio de estradas. Mas, eu e minha esposa, aqui, nada percebemos”, detalhou.

Uma terceira moradora de Apucarana que também está no RS é Claudia Bunny, de 62 anos. Ela viajou para o território gaúcho no último dia 3 de maio para visitar a filha e, desde então, está hospedada na cidade de Rio Grande. Conforme a apucaranense, o litoral do estado enfrentou chuvas até a última quinta-feira (2), mas agora tem um clima com bastante sol.

Assim como para os outros apucaranenses, o maior receio é o retorno para casa. Apesar de ter se organizado para ficar com a filha até o final do mês, Claudia também poderá ser afetada pelas enchentes. “Não sei como vou fazer se não parar de chover. Meu voo é em Porto Alegre e as estradas estão bloqueadas até a cidade e são mais de 300 quilômetros”, informou.

 

"Desastre climático"

Conforme a Defesa Civil, 844.673 pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul. O boletim mais recente - divulgado às 18 horas deste domingo (5) - indica que há 78 mortes confirmadas e pelo menos mais quatro em investigação. O número de feridos é de 175 e há 105 desaparecidos.

Além disso, 134.331 pessoas tiveram de abandonar as casas em que vivem, sendo que 115.844 estão desalojadas e outras 18.487 vivem em abrigos. Dos 497 municípios gaúchos, 341 foram afetados por alguma ocorrência relacionada às chuvas.

A última catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul foi em setembro de 2023, quando 54 pessoas morreram depois da passagem de um ciclone extratropical.

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