O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) negou pedido de habeas corpus e confirmou a prisão decretada pelo juiz José Roberto, da 2ª Vara Criminal de Apucarana, para o autor de assassinato no Distrito do Pirapó que gerou repercussão nacional. Agnaldo da Silva Oroski, de 41 anos, é apontado como o responsável pelo disparo que matou o vendedor autônomo Bruno Júnior, de 33 anos, durante uma confraternização em 9 de março deste ano. O vendedor, ao observar pelo muro uma movimentação na casa do empresário, foi atingido no rosto e morreu instantaneamente.
A informação foi confirmada ao TNOnline por Lucas Cardoso, advogado da família e assistente de acusação. Segundo ele, a decisão do TJ-PR ocorreu no começo do abril em caráter liminar e também no julgamento do mérito do pedido de habeas corpus. O advogado acrescenta que o desembargador entendeu que o acusado do crime, caso obtivesse a liberdade, representaria risco à instrução processual. "O TJ-PR também levou em conta a gravidade do caso e o risco à ordem pública", diz.
Lucas Cardoso explica que o Ministério Público (MP-PR) já apresentou a denúncia, que foi acatada pelo Judiciário. A primeira audiência de instrução deve ocorrer ainda neste mês, quando o réu e testemunhas serão ouvidas.
O advogado relatou ainda que boatos sobre a soltura do réu geraram grande perturbação na família de Bruno. Esses rumores, disse o advogado, foram disseminados em Apucarana e no Distrito do Pirapó, onde ocorreu o crime e onde o assassino reside, causando tumulto entre as famílias afetadas. O assassino permanece detido em regime fechado no presídio de Apucarana.
O autor do crime foi detido cinco dias após o assassinato, em 14 de março, por ordem judicial. No depoimento, ele alegou legítima defesa, afirmando ter ouvido barulhos no telhado de sua casa e pensado que a vítima, ao tentar pular o muro, fosse um assaltante. Porém, as imagens do circuito de segurança da casa refutam essas alegações, segundo a defesa da família.
A defesa do acusado foi procurada pelo TNOnline e informou que irá se manifestar apenas nos autos do processo.
O CRIME
Bruno Junior, de 33 anos, morreu após levar um tiro no rosto em 9 de março. O crime gerou repercussão nacional. Uma câmera de segurança gravou o momento do homicídio.
Segundo a Polícia Civil, a vítima estava em uma confraternização em uma casa na Rua João Batista Judai, no Distrito do Pirapó, quando foi atingida após olhar pelo muro para averiguar disparos de arma de fogo deflagrados no imóvel vizinho.
Testemunhas relataram à polícia que participavam de uma confraternização e que a vítima ouviu disparos de arma de fogo vindos da casa vizinha. Preocupado, Bruno subiu em um suporte para botijão de gás para tentar enxergar o que estava acontecendo por cima do muro, momento em que levou um tiro no rosto. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas, mas o disparo foi fatal e o rapaz morreu no local.
Na casa do autor dos disparos, a polícia apreendeu uma espingarda de pressão modificada para calibre 22 com luneta, escopeta calibre 12, munições calibre 380, 14 munições calibre 22 deflagradas, munições de calibre 12 deflagradas, carregadores de pistola calibre 380 municiados, além de 11 estojos de pistola calibre 380 deflagrados.