O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), minimizou nesta quarta-feira (19) as possíveis irregularidades no leilão para compra de arroz importado, que foi anulado pelo governo após supostas fraudes serem identificadas.
Fávaro deu as declarações durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, para a qual foi convidado a dar explicações sobre estoques públicos e a necessidade de importação do cereal.
"Anulou o processo porque faz parte, e é num ato da gestão, combater qualquer tipo de conflito de interesse. É a prevenção. É a prevenção. Não se trata de juízo de valor. [...] É muito importante dizer que a exoneração do ex-ministro Neri Geller não se trata de um ato de juízo de valor", disse Fávaro.
Ele também disse que o governo vai realizar um novo leilão, com novas regras para a participação de empresas.
"A CGU e a AGU estão ajudando na construção de um novo edital, para que a gente possa nos antecipar a saber quem pode estar sendo habilitado e os requisitos necessários. [...] A qualificação passa a ter a participação da Conab anteriormente para não ficar sabendo só depois quem participou e se tem capacidade de entrega", afirmou o ministro da Agricultura.
Dmissão de secretário
Suspeitas de irregularidades levam governo a anular o leilão de arroz importado
Sobre a demissão de Neri Geller, ex-secretário de Política Agrícola, Fávaro disse que o "afastamento" de Geller foi feito após conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E que a medida permite a investigação das supostas irregularidades. A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar o caso.
"Apesar do ato falho de ter o filho ligado com a empresa que operou esse leilão, não teve nada de errado que possa sofrer condenação. Mas precisa ser investigado. Por isso, o presidente Lula determinou que a CGU faça a investigação, que e a Polícia Federal faça a investigação. É fundamental para transparência, isso dá credibilidade às ações do governo", disse.