Eleitor de vereador precisa de afeto...
Terminada as eleições, votos contados, computados, os eleitos comemoram; os perdedores lamentam. Nem todos, claro. Existem os conformados. Para vereador, é um caso específico. Uma eleição difícil. O eleitor mora ao lado. O candidato se levanta, lá está ele. Um bom dia, uma boa tarde...a intimidade prevalece. Não adianta apelar à política. É um voto íntimo, que envolve muitas coisas. O eleitor precisa de afeto, mas o candidato a vereador teima em falar de propostas, de ideologias partidárias ou desembesta em promessas vãs.
É um discurso que soa distante. O eleitor não quer aquilo. Vale a amizade, o cumprimento, mesmo um aceno de cabeça. O eleitor precisa de afeto, mas o candidato a vereador no interminável frenesi da campanha, não percebe. Prefeito, fica na Prefeitura, distante; deputado, senador, mais ainda, governador, presidente da República nem se fala. Mas vereador, não. Mora ao lado. É preciso sentar-se. Se pôr a ouvir o lamento e o tédio que o envolvem. Eleitor de vereador é assim. Não cabe na ciência política. Está mais para um divã de psicanálise...
FONTE: Donizete Oliveira
EDIÇÃO: FERREIRA JR