Secretário de Saúde demitirá toda equipe que estava de plantão no momento do ocorrido; família está revoltada: "Ninguém merece morrer que nem bicho"
Uma situação chocante foi registrada na noite da última sexta-feira (13) após um homem procurar atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) se queixando de fortes dores no corpo. O paciente, no entanto, morreu sentado em uma cadeira enquanto aguardava atendimento. Vídeos que circulam pelas redes sociais exibem a vítima, identificada como José Augusto Mota Silva, de 32 anos, sobre o assento com a cabeça inclinada à esquerda, sem ter nenhuma reação (veja imagens abaixo). O fato ocorreu na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
De acordo com testemunhas, um funcionário da unidade de saúde se aproximou de José e notou que ele estava inconsciente. Por conta disso, ele foi colocado em uma maca, porém, já era tarde demais.
A Secretaria Municipal de Saúde se manifestou sobre o caso através de uma nota, onde afirmou que tudo ocorreu "muito rápido". Ainda segundo o comunicado, o paciente estava lúcido, e entrou andando na unidade. No entanto, quando foi atendido o homem estava desacordado.
"Segundo relatos iniciais dos profissionais, tudo aconteceu muito rápido, o paciente estava lúcido e entrou andando na unidade, acompanhado por uma pessoa que informou não poder permanecer no local", diz um trecho da nota.
"Dados do sistema mostram que a classificação de risco foi feita às 20h30 e, poucos minutos depois, foi acionada a equipe médica devido ao paciente encontrar-se desacordado. Ele foi levado à Sala Vermelha para atendimento, mas infelizmente não resistiu e foi constatada a parada cardiorrespiratória. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal para apurar a causa do óbito."
O secretário de Saúde, Daniel Soranz, disse em uma publicação feita nas redes sociais que irá demitir todos os funcionários que estavam de plantão na noite de sexta-feira na UPA.
"Todos os profissionais que estavam no plantão da UPA da Cidade de Deus, na noite de ontem, serão demitidos, responderão sindicância e serão denunciados nos seus respectivos conselhos de classe. É inadmissível não perceberem a gravidade do caso", afirmou.
Uma sindicância deve ser aberta para averiguar o que aconteceu.
Família indignada
O pai de José Augusto, José Adão da Silva, está inconformado com a partida precoce do filho. O homem ficou indignado com o ocorrido. "Ele chegou lá gritando de dor, pedindo atendimento e ninguém atendeu. Foi ficando lá sentado. Até que ele morreu com o pescoço tombado", desabafou o homem.
"Difícil, difícil demais. Pelas imagens, está claro. Se houver uma investigação e for constatado, eles têm que ser punidos", completou o pai.
A irmã Meiriane Mota Silva também demonstrou indignação com a falta de atendimento ao familiar. "Ele não merecia morrer daquele jeito, sentado. Ninguém merece morrer que nem bicho, daquela forma. É desumano uma pessoa ficar sentada ali sem atendimento, sem acolhimento".
A vítima foi sepultada na tarde de domingo (15) no Cemitério Santo Antônio, em Mogi Guaçu, no estado de São Paulo. José Augusto nasceu no município paulista e sua família viva lá.
Fonte: TnOnline
Edição: Gleice Santos
