No total, 10 pessoas morreram e 17 ficaram feridas. Caixa-preta é sistema de registro de dados e voz do avião, que grava as últimas conversas da tripulação.
O avião que caiu em Gramado, na Região da Serra, matando os 10 ocupantes e ferindo outras 17 pessoas, era um Piper Cheyenne, produzido pela fabricante estadunidense Piper Aircraft entre 1984 e 1991.
"Então, a investigação vai ter que ser baseada, única e exclusivamente, nas imagens que a gente tem de câmeras de segurança e nos destroços da aeronave porque esse avião, infelizmente, não tinha a previsão de ter caixa preta. Ele não tem gravador de voo porque ele pode transportar até nove passageiros – você não é obrigada a ter. Então, acima disso, você precisa ter. Fora uma tecnologia mais antiga também. Hoje em dia, tem aeronaves um pouco menores até que já possuem", explica Fabio Borille, especialista em segurança de voo.
Quando um acidente aéreo acontece, a busca pela caixa-preta é prioridade após o resgate sobreviventes. A peça é um sistema de registro de dados e voz do avião, que grava as últimas conversas da tripulação, além de informações da aeronave como velocidade, aceleração, condições climáticas, altitude e ajustes de potência.
Ela é dividida em duas partes: uma é o gravador de voz do cockpit (CVR), que captura as últimas horas de conversas entre a tripulação e sons internos da aeronave. A outra é o gravador de dados de voo (FDR), que captura informações técnicas sobre o trajeto adotado pelo avião até a queda.
O Piper Cheyenne é um avião pequeno, com motor à hélice: tem comprimento de 13,2 metros, altura de 5,1 metros e uma envergadura (distância da ponta de uma asa até a ponta da outra) de 14,5 metros. Tem capacidade de transportar quase uma tonelada de peso útil.
É considerado seguro pelos especialistas. O que caiu em Gramado, antes de viajar até a Serra, já havia voado entre Jundiaí (SP) e Paraty (RJ).
Mortos e feridos
A Polícia Civil informou que as vítimas da queda do avião são o empresário Luiz Cláudio Salgueiro Galeazzi, de 61 anos, e 9 familiares dele: a mulher, três filhas, a sogra, a irmã, o cunhado e duas crianças (saiba mais abaixo). Em nota, a Galeazzi & Associados afirma que um dos mortos é Bruno Cardoso Munhoz Guimarães, diretor da empresa. A companhia não confirmou se Bruno é cunhado de Luiz Cláudio.
Os nomes não foram divulgados, pois o Instituto-Geral de Perícias (IGP) trabalha na identificação.
"Após a liberação da perícia, os corpos encontrados na edificação vão para análise de DNA, para ter certeza que todos estavam na aeronave e descartar qualquer outra vítima, da loja ou da pousada", explicou o comandante dos Bombeiros da Região da Serra, coronel Mauricio Ferro.
Dezessete pessoas que estavam em solo sofreram ferimentos e foram levadas para atendimento médico. Os dez mortos estavam no avião. O governo do estado informou que a maior parte dos feridos precisou de atendimento por ter inalado fumaça. Doze dos feridos foram encaminhados ao hospital de Gramado – 10 já receberam alta e duas foram levadas aos hospitais Cristo Redentor e de Pronto Socorro em Porto Alegre.
Uma das que sofreram ferimentos graves é uma mulher de 51 anos que está no Hospital Cristo Redentor. Ela ingressou no local por volta das 17h25 após ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
"[Está] em estado grave, com ventilação mecânica e sedada. Reavaliada a área corporal queimada em 30%, com lesões de 2º e 3º graus. Neste momento, está na Unidade de Terapia Intensiva do HCR", divulgou a assessoria de comunicação do hospital.
A outra pessoa ferida foi encaminhada ao Hospital de Pronto Socorro. Ela é uma mulher de 56 anos, teve 43% do corpo queimado e está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Os outros cinco feridos receberam atendimento médico em um hospital de Canela e já receberam alta.
Fonte: g1.globo.com
Edição: Diego Marques