A empresária Brenda Beatriz viu sua vida virar de cabeça para baixo após se tornar alvo de um perfil falso no Instagram chamado “Choquei Curitiba”. Criado por um homem que já está preso por extorsão, o perfil publicava conteúdos mentirosos, ofensivos ou íntimos sobre as vítimas e exigia dinheiro para apagar as postagens — ou para evitar novas exposições.
Brenda relatou ter sofrido ameaças, agressões verbais e até uma invasão em sua residência. “Eu tenho um filho que é autista. Como eu ia explicar para ele, se no momento da invasão da minha casa, ele estivesse lá dentro? Como eu ia explicar que aquilo que estavam dizendo da mãe dele não era verdade?”, desabafou.
Segundo a investigação conduzida pelo delegado Thiago Lima, o esquema era bem estruturado. O autor das postagens exigia pagamentos via Pix com valores que variavam entre R$ 300 e R$ 1.000 para apagar os conteúdos difamatórios. Para dificultar o rastreamento, o suspeito frequentemente deletava os perfis e criava novos.
Além disso, ele criou uma espécie de “plano de assinatura”: após receber o dinheiro e apagar as postagens, voltava a chantagear as vítimas com novas publicações, alegando que o plano havia expirado e que seria necessário "renovar" para manter o silêncio.
Mensagens recuperadas pela polícia mostram o tom ameaçador do criminoso. Em uma delas, ele afirma:
“Se você não pagar o Pix, não dá pra apagar.”
Em outra conversa, cobrou R$ 500 para revelar quem estava enviando informações e fotos das vítimas ao perfil:
“A chave Pix expira em 5 minutos, vai fazer já? Que aí eu mando.”

A Polícia Civil do Paraná confirmou que ao menos 60 pessoas foram vítimas do esquema. O suspeito está agora à disposição da Justiça, detido no sistema penitenciário. As investigações continuam para identificar cúmplices e possíveis novos casos.