Casal acusado de matar empresário para encobrir desvio de R$ 143 mil o manteve dopado e em cárcere privado, diz delegado
Um casal investigado por desviar dinheiro do empresário Ricardo de Oliveira Osinski e ordenar sua morte teria mantido a vítima dopada e em cárcere privado por vários dias, conforme revelou o delegado Luis Gustavo Timossi, da Polícia Civil do Paraná. O crime ocorreu em Ponta Grossa, nos Campos Gerais.
Ricardo foi levado à casa dos suspeitos em 12 de março de 2025, um dia após receber alta de um hospital, onde foi internado devido a um acidente em uma pousada. O casal, que era listado como contato de emergência, foi acionado pela equipe médica. A vítima permaneceu desaparecida até o dia 26 de março, quando seu corpo foi encontrado em uma estrada rural da cidade.
De acordo com a investigação, durante esse período o casal realizou diversas transações financeiras com os cartões bancários de Ricardo e efetuou compras pessoais, incluindo bicicletas e materiais de construção. Imagens de segurança os flagraram utilizando os cartões no dia em que o corpo foi encontrado.
A confirmação de que Ricardo foi mantido em cárcere privado veio após a prisão de um homem de 25 anos, que confessou ter assassinado o empresário a mando do casal. O suspeito, que era ex-paciente da clínica de reabilitação gerenciada pelos acusados, também revelou que a vítima foi mantida sob efeito de drogas durante o cativeiro.
A polícia afirma que, só no período em que Ricardo esteve internado, foram desviados R$ 86,5 mil. No total, os prejuízos ultrapassam R$ 143 mil, com transferências para contas pessoais e da clínica terapêutica administrada pelo casal.
“A motivação é claramente financeira. As evidências indicam que os suspeitos se aproveitaram da vulnerabilidade da vítima, que era dependente químico, para acessar suas contas e, em seguida, encomendaram o assassinato para impedir que os crimes fossem descobertos”, declarou Timossi.
A arma do crime ainda não foi localizada. O casal foi preso temporariamente em 10 de abril e responde por homicídio qualificado, furto mediante fraude e cárcere privado. As defesas alegam que ainda não tiveram acesso aos autos.