A influenciadora digital Virgínia Fonseca, de 26 anos, foi convocada para prestar depoimento na CPI das Bets nesta terça-feira, 13 de maio de 2025, em Brasília. A Comissão Parlamentar de Inquérito, instalada em novembro de 2024, investiga esquemas de apostas online ilegais no Brasil, com foco na influência de plataformas digitais e possíveis conexões com crimes como lavagem de dinheiro. Virgínia, com mais de 53 milhões de seguidores no Instagram, é uma das testemunhas do processo devido a seus contratos milionários com empresas de apostas, como Esportes da Sorte e Blaze.
A convocação, proposta pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), destaca a “expressiva popularidade” de Virgínia e sua influência no meio digital, onde promoveu jogos de azar. Segundo a revista Piauí, em 2022, ela assinou um contrato com a Esportes da Sorte que incluía um adiantamento de R$ 50 milhões e 30% dos valores perdidos por usuários acessando a plataforma via seu link, prática chamada de “cachê da desgraça alheia”. Posteriormente, a influenciadora fechou um acordo com a Blaze, recebendo R$ 29 milhões anuais, além de comissões.
No depoimento, Virgínia responderá sobre os contratos, critérios de divulgação e impacto de suas campanhas. Contudo, uma decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, garante seu direito de permanecer em silêncio e ser acompanhada por um advogado, com a exigência de que seja tratada com “dignidade e respeito”, sem constrangimentos. A CPI também investiga outros influenciadores, como Adélia, Giliard (filho de Deolane Bezerra), Rico Melquiades e Felipe Prior, reforçando o escrutínio sobre o papel de criadores de conteúdo nesse mercado.
Virgínia, que comanda o programa Sabadou com Virgínia no SBT e é empresária à frente da WePink e da Talismã Digital, enfrenta um momento delicado em sua trajetória, com a CPI buscando esclarecer os impactos sociais e econômicos das apostas online no Brasil.