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TRAGÉDIA EM CURITIBA: BEBÊ MORRE EM CRECHE CLANDESTINA E MÃE DIZ QUE TENTOU VAGA NA REDE MUNICIPAL
Gael, de 4 meses, morreu após se engasgar com leite; cerca de 7.300 crianças aguardam vaga em creches públicas da capital paranaense
Por Gleice Santos
Publicado em 21/05/2025 07:53
Notìcia

A morte do bebê Gael, de apenas quatro meses, em uma creche clandestina de Curitiba, gerou forte comoção e reacendeu o debate sobre a falta de vagas em centros de educação infantil da rede pública. A mãe da criança, Izabela Cunha Cordeiro, afirmou que havia tentado uma vaga na rede municipal antes de recorrer ao local irregular, motivada pela necessidade de retornar ao trabalho.

"Eu só voltei a trabalhar porque precisava. Não tinha escolha", desabafou Izabela.

Segundo a Prefeitura de Curitiba, atualmente cerca de 7.300 crianças estão na fila de espera por uma vaga em creches municipais. Gael havia passado a concorrer por uma vaga apenas na semana passada, quando completou quatro meses, idade mínima exigida para o cadastro.

O bebê morreu na manhã de segunda-feira (19), após se engasgar com leite. Ele havia tomado mamadeira, arrotado e foi colocado para dormir de lado em uma cama de solteiro. Minutos depois, foi encontrado com os lábios roxos. O casal responsável pelo local tentou reanimá-lo e acionou o Samu, mas Gael já estava sem vida quando a equipe chegou.

A casa onde funcionava a creche clandestina, no bairro Santa Cândida, cuidava de aproximadamente 20 crianças no dia da tragédia, apesar de os responsáveis afirmarem que, normalmente, atendiam cinco. Eles alegam que não operavam como creche, mas prestavam um "atendimento privado". No entanto, o delegado responsável pelo caso, Fabiano Oliveira, afirmou que a estrutura e o número de crianças caracterizavam, sim, o funcionamento irregular de uma creche.

O casal foi preso em flagrante, mas já está em liberdade. A mulher pagou fiança e o homem foi solto por decisão judicial. Ambos responderão por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

A creche clandestina funcionava há cerca de 10 anos. A Prefeitura informou que a Vigilância Sanitária esteve no local em 2022, mas na ocasião não encontrou crianças no ambiente. Desde então, não houve denúncias.

No dia da morte de Gael, os centros municipais de educação estavam fechados pela manhã devido a atividades pedagógicas previstas no calendário escolar. Muitos pais, sem alternativas, levaram os filhos ao local clandestino.

 

Após a tragédia, moradores revoltados tentaram incendiar o imóvel. A polícia precisou isolar a área para evitar novos conflitos.

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