O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, nesta quarta-feira (25/6), o aumento da mistura obrigatória de biodiesel no diesel, de 14% para 15% (B15), e de etanol na gasolina, de 27,5% para 30% (E30), a partir de 1º de agosto. A decisão, anunciada na segunda reunião extraordinária do CNPE, realizada no Ministério de Minas e Energia (MME) com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, promete reduzir o preço da gasolina em cerca de R$ 0,11 por litro e fortalecer a segurança energética do Brasil.
Lula destacou a medida como estratégica para a economia e o meio ambiente, reforçando o potencial do Brasil como líder global em biocombustíveis. “Essa política é um modelo que ninguém vai conseguir competir com o Brasil”, afirmou, mencionando a COP30, em Belém, como oportunidade para mostrar o compromisso climático do país. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, celebrou a autossuficiência em gasolina após 15 anos, além de medidas contra fraudes em combustíveis, com cinco distribuidoras interditadas. “Estamos vencendo a batalha do preço dos combustíveis, mantendo-os mais baratos na bomba”, disse.
O secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Pietro Mendes, enfatizou que o E30 reduzirá o consumo de gasolina A em 1,36 bilhão de litros, enquanto o B15 diminuirá as emissões de CO2 em 1,2 milhão de toneladas por ano. A política deve gerar R$ 10 bilhões em investimentos, 17 mil empregos e uma redução total de 3 milhões de toneladas de CO2 equivalente anualmente, além de proteger o Brasil contra volatilidades do mercado internacional.
O setor de biocombustíveis comemorou a decisão. Francisco Turra, da Aprobio, destacou o impacto na agricultura e na economia: “A medida impulsiona a agricultura, agrega valor e gera empregos.” O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e a Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio) também apoiaram a iniciativa, reforçando seu papel na descarbonização e na segurança energética e alimentar. A decisão, alinhada à Lei do Combustível do Futuro, foi vista como um marco para a bioeconomia brasileira.