O juiz da 28ª Zona Eleitoral da Comarca de Apucarana, Laércio Franco Junior, acompanhado da chefe do cartório, Andréa Silva Milanin, procedeu nesta segunda-feira a retotalização dos votos válidos nas eleições proporcionais realizadas em Apucarana em outubro do ano passado. A retotalização decorre de decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que confirmou sentença de primeira instância que anulou todos os votos do partido Podemos, em função de fraude na cota de gênero. A ação judicial eleitoral foi interposta pela Federação Brasil da Esperança, formada por PT-PV-PC do B.
Com as alterações na recontagem de votos e no quociente eleitoral, o vereador Miguel Luiz Vilas Boas, do PDT, eleito com 1.388 votos, deixa a cadeira no Legislativo, entrando no seu lugar o médico Odarlone Orento, do PT, que fez 2.407 votos, sendo o mais votado no pleito do ano passado. Vale lembrar que Vilas Boas nada tem a ver com as supostas irregularidades do Podemos, já que não é deste partido e o PDT também não estava coligado com o Podemos. Mas o prejuízo eleitoral acabou sobrando para ele.
Também nesta segunda-feira, o presidente da Câmara de Vereadores, Danylo Acioli (MDB), marcou para o dia 25 deste mês, às 19 horas, sessão específica para posse de Odarlone. Conforme Danylo, o Legislativo também terá que realizar uma nova eleição para escolha do segundo secretário da mesa diretora, cargo que era ocupado por Vilas Boas. Essa eleição será feita no dia 4 de agosto, quando finda o recesso parlamentar.
Junto com o advogado da federação, Gustavo Munhoz, Odarlone acompanhou todo o processo de retotalização dos votos e manifestou-se aliviado com a decisão da Justiça Eleitoral. Ele frisou que a ação judicial não teve como objetivo prejudicar ninguém, apenas buscou o reconhecimento dos seus direitos como candidato mais votado para o Legislativo Municipal.
Ele assinala que, assim como a Justiça Eleitoral agiu com relação à sua candidatura, que foi a mais votada porém ele não foi eleito porque o PT não atingiu o quociente eleitoral, agora a Justiça Eleitoral o conduz no cargo por conta de irregularidades praticadas por um outro partido.
“No dia 3 de outubro, 2.407 pessoas votaram e me escolheram como candidato a vereador, acreditando nas minhas propostas. Devido a uma irregularidade que ocorreu dentro do processo eleitoral, apesar de ser o candidato mais votado da cidade, acabei ficando de fora dos eleitos. E hoje a Justiça Eleitoral corrige essa injustiça”, afirmou Odarlone durante entrevista coletiva.
Ele também deixou bem claro como será sua conduta na Câmara de Vereadores, tendo em vista ter sido eleito por um partido de oposição à atual administração municipal. “Não serei apenas o vereador das pessoas que me elegeram, mas também de toda a cidade. Esse é o nosso compromisso: trabalhar pela cidade, pelas pessoas, pela saúde, pelos servidores e por toda a população de Apucarana”, disse Odarlone, que pretende conduzir um mandato na Câmara de Apucarana de forma republicana e estabelecendo diálogo com a administração municipal. Segundo ele, tudo que for bom para Apucarana terá seu voto favorável e o que achar que não é bom vai discutir o assunto com o governo municipal para esclarecimento da situação, sem nenhum rancor político.