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Excesso de atestados médicos preocupa em Arapongas
Prefeito e autoridades da saúde estudam medidas contra abuso
Por Edison Costa
Publicado em 01/08/2025 15:22
Saúde

De 01 de janeiro a 30 de julho, o município de Arapongas emitiu cerca de 34 mil atestados médicos – 23 mil somente nos Pronto Atendimentos 18h e 24h e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). As informações foram divulgadas nesta quinta-feira à noite, durante reunião do prefeito Rafael Cita com a Secretaria de Saúde e cerca de 35 médicos que prestam serviços nesses locais. 
Tanto o prefeito quanto o secretário da Saúde, Carlos Eduardo Arruda, garantiram que o município jamais se negará a fornecer atestado médico para as pessoas que realmente precisam, mas concordaram que o alto número evidencia abuso por parte de muitas pessoas. Rafael Cita destacou “que a avaliação da saúde pública de Arapongas vive uma fase muito boa”. Junto ao secretário Carlos Eduardo Arruda e ao superintendente Médico, Fernando Marques, Cita frisou: “O prefeito não é médico. E, mesmo que fosse, ele não tem conduta médica para cortar ou colocar o atestado. O que eu quero entender é o que escuto de alguns médicos de que há até de uma pressão pelo fornecimento do atestado”, explicou. 
Os médicos se manifestaram dizendo que há pessoas que chegam a fazer ameaças para que o atestado seja emitido da forma como elas querem. Neste sentido, a Prefeitura está estudando a possibilidade de contratar uma empresa de segurança terceirizada para as unidades que fazem pronto atendimento. Também foram relatados casos dos acompanhantes, ou seja, pessoas que acompanham os doentes nas consultas, ficam duas horas nesse processo, mas exigem atestado para o dia todo.
Fernando Marques solicitou aos médicos que façam a emissão de atestados somente via sistema da Prefeitura. “Não façam nada manual. Isso é até uma proteção jurídica, já que, pelo sistema, nós temos uma segurança maior quanto a falsificações”, comentou. O secretário municipal da Saúde disse que a autonomia para emissão do atestado é do médico. “Se o paciente precisa do atestado, tem que dar mesmo. Nem eu, nem o Rafael, nem o Dr. Fernando queremos interferir no ato médico”, destacou Carlos Eduardo Arruda. O que precisa, acrescentou ele, é que os atestados sejam emitidos conforme a real necessidade. Para o secretário, pessoas que procuram a saúde pública interessadas apenas em atestado estão sobrecarregando a estrutura e penalizando aquelas que realmente precisam de atendimento médico. “Também vamos nos reunir com os sindicatos e empregadores da indústria e do comércio para ver que contribuição cada setor pode trazer para solucionar o problema”, frisou.
Outros assuntos foram tratados na reunião, como o encaminhamento de pacientes ao Hospital Norte Paranaense (Honpar) e Santa Casa pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e treinamento com servidores da Saúde para aprimoramento de processos internos.

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