A Ordem dos Advogados do Brasil-Subseção de Apucarana está alertando a sociedade de modo geral para falsos advogados que estão agindo em todo o Estado e em todo o País, deixando muita gente no prejuízo. Segundo a presidente da OAB de Apucarana, advogado Daniela Pacheco, os prejuízos já somam mais de FR$ 2 bilhões no Brasil.

Nesta quarta-feira um ato público foi realizado simultaneamente nas 49 subseções da OAB no Paraná, quando advogados orientaram a população sobre como identificar as fraudes. Em Apucarana a mobilização ocorreu na Praça Rui Barbosa, reunindo vários advogados e advogadas da cidade e da região.
Daniela Pacheco explica que esses falsos advogados entram em contato determinados clientes que possuem processos judiciais em andamento, utilizando a foto ou logotipo do advogado real, mas a partir de um número de telefone diferente.
"Ele (golpista) começa a passar informações que são realmente do processo desse cidadão. Em um determinado momento, ele solicita depósito de valores para que seja liberado o valor que esse cidadão tem para receber", explicou ela em entrevista coletiva.
De acordo com a OAB, trata-se de uma espécie de evolução tecnológica de fraudes que surgiu no País. Além das abordagens por texto, os estelionatários passaram a utilizar inteligência artificial para clonar a voz dos advogados e solicitam, inclusive, o compartilhamento de tela do celular da vítima.
Daniela Pacheco informa que os golpistas pedem transferências em Pix para efetivar a fraude. "Eles emitem uma guia e fazem a solicitação. Isso também é um alerta, porque o Pix não vai sair em nome do seu advogado, não vai sair em nome de um tribunal, mas em nome de um terceiro que eles alegam ser um assessor do advogado", alerta, citando que os criminosos, em muitos casos, também chegam a fazer empréstimos nos nomes das vítimas.
A presidente da OAB de Apucarana acrescenta que a precisão das informações apresentadas pelos golpistas é um dos fatores que mais confunde as pessoas lesadas. Ela esclarece que esses dados reais são, muitas vezes, obtidos por hackers que vendem senhas vazadas e cruzam informações de plataformas jurídicas com telefones de clientes.
Daniela Pacheco orienta as pessoas para que desconfiem de informações sobre dinheiro liberado em processos judiciais e não caiam no golpe. Não façam qualquer pagamento para liberação de dinheiro, seja por boleto ou via PIX, porque isso não existe.

A OAB faz as seguintes recomendações:

- Não faça qualquer transferência de dinheiro para pagamento disso ou daquilo nem compartilhe telas;

- Assim que receber uma proposta desta natureza, bloqueie a chamada e ligue imediatamente para o escritório do advogado no número habitual (não no número que fez o contato);

- Registre um boletim de ocorrência na delegacia de polícia, o que deve ser feito também pelo advogado vítima deste golpe;

- Denunciar no canal oficial da OAB-PR através do seguinte endereço: denuncia.oabpr.org.br.