Mesmo localizada próxima à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, Curitiba registrou o litro da gasolina comum mais caro do Paraná na última semana: R$ 6,95, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre os dias 18 e 24 de maio. O valor também é R$ 0,67 acima da média nacional e coloca a capital paranaense entre as quatro capitais com combustível mais caro do Brasil.

De acordo com o economista e pesquisador da FGV Energia, Marcio Lago Couto, a proximidade com a refinaria não garante preços mais baixos. Isso porque os postos não compram diretamente da refinaria, mas sim de distribuidoras que repassam o combustível já com aditivos, como o etanol, e com preços ajustados de acordo com seus próprios custos logísticos.

Outro fator apontado por Couto é a concorrência entre postos. Segundo ele, em regiões com baixa competição, os postos mantêm preços mais altos. Já onde há concorrência acirrada, os preços tendem a baixar. Cidades vizinhas como Colombo (R$ 6,94) e São José dos Pinhais (R$ 6,87) seguem a mesma tendência de valores elevados.

Além disso, o custo de vida de Curitiba também influencia. De acordo com o Sindicato Paranapetro, custos com pessoal, taxas ambientais, impostos e aluguéis altos são repassados ao consumidor. O valor médio de aluguel na capital, por exemplo, subiu para R$ 2.109 em abril, um aumento de 10,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Mesmo com leve queda nos preços da gasolina registrada em abril (-0,35% no IPCA), os valores nas bombas em Curitiba se mantêm praticamente estáveis, indicando uma resistência à redução.