Uma mancha preta repentina na visão do olho esquerdo foi o primeiro sinal de que algo estava errado com Tais Muchinsky Chicanoski, de 30 anos, moradora de Palmeira, nos Campos Gerais do Paraná. O que parecia apenas um "cisco", como ela mesma descreve, revelou-se uma doença rara e potencialmente grave: neurite óptica pós-viral.
A condição é uma inflamação no nervo óptico que pode causar perda de visão e está frequentemente associada a doenças autoimunes ou neurológicas, como a esclerose múltipla. No caso de Tais, os sintomas surgiram semanas após um quadro viral semelhante à Covid-19, para a qual ela não havia sido vacinada.
Antes do diagnóstico correto, a autônoma enfrentou um caminho difícil. Ao procurar um oftalmologista, ouviu que teria toxoplasmose ocular — diagnóstico feito sem exames, baseado apenas no fato de conviver com mais de 20 gatos. Medicamentos foram receitados, mas o noivo de Tais desconfiou e a impediu de iniciar o tratamento. A busca por uma segunda opinião em uma clínica especializada em Curitiba foi decisiva para a descoberta da real causa do problema.
Com dores de cabeça intensas, febre e incômodo nos olhos, Tais enfrentou um período de angústia e incerteza até a confirmação da neurite óptica. O tratamento com corticoides durou cerca de um mês, seguido por outro período de restrição ao uso de telas — o que a obrigou a se afastar do trabalho como social media.
Apesar da melhora parcial, a mancha ainda não desapareceu completamente. Ela segue em acompanhamento com especialistas e alerta: "Quando seu corpo grita, não ignore. Insista, investigue, procure outras opiniões. Sua visão e sua vida podem depender disso."

