Em reunião convocada e realizada na manhã desta quinta-feira (24), no Auditório Araucárias, na 16ª Regional de Saúde de Apucarana, representantes dos 17 municípios da região trataram sobre o registro de muitos casos de acidentes com escorpiões, serpentes, aranhas, lagartas, abelhas e outros. O tema também entrou em pauta, devido ao acidente com um escorpião amarelo que resultou em óbito de uma criança em Cambará, na semana passada.
O diretor da RS, Lucas Leugi, manifestou sua preocupação com o registro de muitos casos, principalmente com escorpiões, serpentes e aranhas nas cidades da região. De janeiro a julho deste ano foram notificados em Apucarana 11 acidentes com escorpiões, 12 com aranhas e 7 com serpentes; já em Arapongas foram 9 acidentes com escorpiões; e em Jandaia do Sul, 10 casos com escorpiões.
“Felizmente, não tivemos óbitos na região de Apucarana, mas é preciso que todas as equipes da saúde pública dos municípios estejam orientadas e treinadas para atuar com rapidez em situações deste tipo”, alertou Lucas Leugi.
O diretor da RS disse que, atualmente, estes tipos de soros são disponibilizados em Apucarana, Arapongas, Kaloré e São Pedro do Ivaí. “A partir de agora, vamos ampliar a oferta para mais pontos de atendimento, levando as doses de soros para cidades que ficam mais distantes, tais como Grandes Rios, Borrazópolis e Faxinal, entre outras”, cita Lucas Leugi.
Ele acrescenta que todas cidades terão que dispor de geladeiras científicas, além de técnicos treinados para atuar nestes casos.
“Um documento está sendo formatado para ser avaliado por todos os municípios e, na sequência, ser oficializada a adesão”, assinala.
Com relação aos casos de acidentes com escorpiões, Cacilda Maria do Prado, da Seção de Vigilância Epidemiológica, explicou aos representantes das secretarias municipais de saúde que a gravidade depende da espécie e da quantidade de veneno injetada. As infestações por esse animal peçonhento estão se tornando cada vez mais frequentes nas cidades e os casos mais graves são do escorpião amarelo.
A picada do escorpião ocorre quando a pessoa entra em contato acidental com o animal, que se sente ameaçado – escorpiões não atacam, apenas se defendem. A picada é dolorosa e pode ser acompanhada por outros sintomas.
As infestações tornaram-se mais frequentes devido à expansão das áreas urbanas, ao desmatamento e ao aumento da produção de lixo sem o devido descarte adequado.
O soro antiescorpiônico, desenvolvido para tratar envenenamentos causados por picadas de escorpiões, é disponibilizado em hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) e também em Unidades Básicas de Saúde de alguns municípios. Na maioria dos casos, não há necessidade de utilizar o antiveneno, mas a recomendação é sempre procurar rapidamente para uma avaliação e encaminhamento a um hospital de referência, principalmente no caso de crianças.
A grande maioria dos acidentes com escorpião não apresenta gravidade significativa. Os acidentados geralmente experimentam dor imediata, vermelhidão e inchaço devido ao acúmulo de líquido, piloereção (pelos em pé) e sudorese (suor), que desaparecem rapidamente. Em crianças pequenas, os sintomas podem ser mais intensos e as consequências mais graves.
É importante destacar que todos os escorpiões são venenosos. Os riscos associados aos acidentes aumentam conforme a quantidade de veneno injetada e a nocividade do veneno de cada espécie para o corpo humano. O efeito da picada é imediato. Em caso de picada por escorpião, a recomendação é procurar imediatamente o hospital de referência mais próximo. Se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da espécie. Limpar o local da picada com água e sabão pode ajudar, desde que não atrase a ida ao serviço de saúde.
((( QUADRO )))
Como prevenir as picadas de escorpião?
Com alguns cuidados, você previna acidentes em cidades onde há escorpiões:
• Use telas em ralos de chão, pias e tanques;
• Vede as frestas nas paredes e debaixo de portas;
• Afaste camas e berços das paredes;
• Mantenha jardins e quintais livres de entulhos, folhas secas e lixo;
• Em pacote o lixo em sacos plásticos bem fechados para evitar baratas;
• Não coloque a mão em buracos, embaixo de pedras ou em troncos apodrecidos;
• Use luvas e botas durante atividades que representem risco.