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Cigarro eletrônico e anabolizantes estão entre principais causas de AVC em jovens, alertam especialistas
Doença, antes associada a idosos, cresce entre pessoas com menos de 45 anos; estilo de vida e uso de substâncias preocupam profissionais de saúde
Por Vitor Hugo
Publicado em 28/07/2025 17:17
Saúde

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), tradicionalmente visto como uma enfermidade da terceira idade, tem atingido cada vez mais pessoas jovens no Brasil. De acordo com especialistas, o uso crescente de cigarros eletrônicos, anabolizantes e psicoestimulantes, somado ao sedentarismo e à má alimentação, está entre os principais fatores que contribuem para esse avanço.

 

Dados do Ministério da Saúde apontam que entre os anos de 2000 e 2010, mais de 62 mil pessoas com menos de 45 anos morreram em decorrência de AVC no país. Atualmente, a doença é a segunda maior causa de morte no Brasil, atrás apenas dos problemas cardíacos.

O neurologista Lucas Bertoldi, do Hospital Evangélico de Londrina, destaca o aumento significativo do AVC isquêmico — tipo mais comum, responsável por cerca de 85% dos casos — entre jovens de 15 a 34 anos. “Há um aumento do risco cardiovascular nesta faixa etária, o que também se reflete nos números crescentes de infarto agudo do miocárdio entre adultos de 20 a 40 anos”, afirma.

 

Segundo o médico, o uso de esteroides anabolizantes tem efeitos perigosos no organismo, como a tendência à formação de coágulos, acúmulo acelerado de placas de colesterol e aumento do tamanho do coração, o que eleva o risco de arritmias e, consequentemente, de AVC. O uso de cigarros eletrônicos também tem sido associado, por diversos estudos, ao aumento da incidência de derrames cerebrais.

Além do uso dessas substâncias, o estilo de vida dos jovens tem contribuído para o cenário preocupante. O aumento da obesidade, o consumo frequente de alimentos ultraprocessados e a falta de atividade física criam um ambiente propício ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

 

A prevenção do AVC, segundo Bertoldi, passa por uma mudança de hábitos: prática regular de exercícios, alimentação saudável, abandono do tabagismo, controle de doenças como hipertensão e diabetes, manejo do estresse e sono adequado.

 

O neurologista também ressalta a importância do atendimento rápido diante dos primeiros sinais da doença. “Hoje já existem tratamentos capazes de reverter um AVC, mas eles precisam ser aplicados nas primeiras 4 horas e 30 minutos após o início dos sintomas. Por isso, o tempo é essencial”, explica.

Entre os sinais de alerta estão paralisia facial, perda de força em um dos lados do corpo, dificuldade para falar e alterações visuais. Diante desses sintomas, é fundamental buscar atendimento médico imediato.

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