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Rebeldes sírios priorizam libertar prisioneiros da ditadura de Assad; 15 mil morreram sob tortura, diz ONG
Publicado em 09/12/2024 12:24
Mundo

Mais de 130 mil pessoas foram submetidas a prisões e detenções arbitrárias pelo governo, de acordo com um relatório de agosto da Rede Síria pelos Direitos Humanos

Para muitos sírios, a queda do presidente Bashar al-Assad oferece uma oportunidade — finalmente — de tentar descobrir o destino de entes queridos que desapareceram em uma notória prisão militar que se tornou um símbolo de abusos de direitos humanos pelo governo.

Os rebeldes que varreram a Síria e tomaram a capital, Damasco, também capturaram o complexo prisional de Sednaya, onde grupos de direitos humanos dizem que Assad mantinha um grande número de prisioneiros políticos, de acordo com relatos e vídeos que circularam nas redes sociais no domingo.

Por mais de uma década, grupos de direitos humanos e organizações de notícias, incluindo o The New York Times, documentaram a tortura, agressão sexual e execução em massa de detentos na rede de prisões do governo, das quais Sednaya, na periferia norte de Damasco, era a mais notória e temida.

Para parentes e amigos, a ausência de informações sobre os presos tem sido angustiante, agravada por informações de que os detidos podem ter sido torturados ou mortos.

Os rebeldes parecem ter feito das prisões um foco central de sua campanha.

No domingo, veículos de comunicação no mundo árabe exibiram um vídeo de um grupo de homens que disseram estar transmitindo de um estúdio de televisão estatal sírio. Os homens, que disseram representar forças rebeldes, anunciaram "a libertação da cidade de Damasco, a derrubada do ditador Bashar al-Assad e a libertação de todos os prisioneiros oprimidos das prisões do regime".

Nas redes sociais, os sírios postaram fotos e números de identificação de entes queridos que foram detidos, esperando que alguém pudesse tê-los visto finalmente libertado.

Vídeos surgindo do norte de Damasco mostraram grupos de homens caminhando pelas ruas da cidade à noite, supostamente após serem libertados de Sednaya. Os vídeos, da cidade de Mneen, a cerca de 5 km da prisão, foram verificados pelo Times.

Ahmed al-Misilmani, um jornalista no noroeste da Síria, disse que seu primeiro pensamento quando ouviu relatos de que rebeldes haviam capturado a prisão foi sobre amigos que estavam presos lá.

— Pedimos a Deus que eles ainda estejam vivos — disse al-Misilmani, que disse ter sido deslocado de sua casa perto da cidade de Homs há seis anos.

Mais de 130 mil pessoas foram submetidas a prisões e detenções arbitrárias pelo governo, de acordo com um relatório de agosto da Rede Síria pelos Direitos Humanos, que começou sua contagem quando o conflito começou em 2011. A organização diz que mais de 15 mil morreram "devido à tortura" pelas forças do governo entre 2011 e julho deste ano.

Em uma entrevista ao Times em 2016, Assad disse que qualquer pessoa presa na Síria havia cometido um crime, sugeriu que os familiares dos detidos mentiam e insistiu que o número de prisioneiros mostrava que o sistema de justiça da Síria funcionava.

Mas um sistema secreto em escala industrial de prisões arbitrárias e prisões de tortura foi essencial para Assad esmagar a revolta civil contra seu poder e, em seguida, superar uma rebelião, de acordo com relatos de grupos de direitos humanos.

Enquanto os militares sírios, apoiados pela Rússia e pelo Irã, lutavam contra rebeldes armados por território, o governo travava uma guerra contra civis, jogando centenas de milhares em masmorras imundas, de acordo com relatos do Times e grupos de direitos humanos.

Muitos prisioneiros morreram em condições tão terríveis que uma investigação das Nações Unidas rotulou o processo de "extermínio".

Enquanto o governo mantinha várias prisões, Sednaya era frequentemente o destino final dos prisioneiros detidos em outros lugares, de acordo com a Anistia Internacional, que disse que dezenas de milhares de pessoas em todo o país morreram sob custódia desde 2011.

 

Fonte: g1.globo.com

Edição: Gleice Santos

 

 

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